Em artigo sobre os rumos da economia do Ceará, o Professor Doutor Lauro Chaves Neto aponta novas oportunidades de negócios capazes de, em 20 ou 30 anos, mudarem de patamar a qualidade de vida dos cearenses. Confira:
O comportamento do PIB (Produto Interno Bruto) cearense acompanha a tendência do brasileiro, com o novo ajuste a previsão para 2019 passou a projetar um crescimento de 1,34%, quando a expectativa era de 2,5% no final de 2018. A Economia Cearense recuou 0,64% no primeiro trimestre desse ano em relação ao igual período de 2018, enquanto que o Brasil recuou 0,2% na mesma base, ou seja, um desempenho estadual pior do que o nacional. Vale reforçar que esta queda ocorreu nos três setores da economia: agropecuária (-0,83%), indústria (-0,80%) e serviços (-0,65%).
As maiores quedas na indústria aconteceram naqueles setores mais tradicionais como calçados (-2,6%), alimentos (-1%) e têxtil (-6,9%), entre outros. O setor de metalurgia, liderado pela CSP, atenuou essa queda, pois obteve um crescimento de 17,9%. A agropecuária deverá apresentar crescimento em 2019, após o longo período de seca, porém como representa apenas 4,7% da composição do PIB terá um impacto relativo reduzido.
A superação do dilema de, historicamente, o Ceará possuir apenas 2% do PIB nacional, em contraste com aproximadamente 4,5% da população brasileira está radicalmente ligada ao desenvolvimento de eixos que mudem o rumo da tradicional economia do estado. A trinca de HUBS, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e o Turismo são exemplos do novo foco estratégico a ser seguido.
A trinca de HUBS formada pelo Hub Portuário no Pecém, tendo como âncora a gestão pelos Holandeses do Porto de Roterdã, o Hub Aéreo com a gestão dos Alemães da FRAPORT e o Hub de informações com a concentração de cabos e a gestão da Angola Cables, apresenta uma gama de novas oportunidades de negócios capazes de, em 20 ou 30 anos, mudarem de patamar a qualidade de vida dos cearenses.
Levar para o ensino médio, técnico e superior os avanços já obtidos no ensino fundamental, elevar substancialmente a qualidade e a oferta de infraestrutura, além da melhoria no ambiente de negócios, com a simplificação tributária, desburocratização e agilidade nos processos necessários ao empreendedorismo são algumas das ações que devem ser intensificadas no curto prazo para dotar o estado das condições necessárias para aproveitar as novas oportunidades de negócios.
Lauro Chaves Neto é consultor, Professor Doutor da UECE e conselheiro do Conselho Federal de Economia.