“O Brasil tem adotado mecanismos fiscais mais focados em desenvolvimento regional, o que muita gente fala que é guerra fiscal entre os estados. Vemos que a área agrícola tem demanda de crédito maior, seguida do comércio e indústria e, por fim, o de serviços”, disse George Santoro, secretário da Fazenda de Alagoas, em palestra em um dos painéis do XXXI ENE – Encontro de Entidades de Economistas do Nordeste, evento ocorrido em agosto, com patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil, COFECON e SEBRAE/CE, que tratou sobre “Fontes, mecanismos e canais de financiamento do desenvolvimento regional”. Todos os painéis podem ser acessados de forma gratuita, através do canal Corecon Ceará, no YouTube

A palestra seguinte foi sobre “Orçamento e fundos públicos e incentivos fiscais”, com o palestrante Marcos Falcão, diretor da SUDENE e doutor em economia aplicada. “Temos grandes desigualdades regionais e temos que contribuir para a redução dessas desigualdades. Uma das formas para superar isso é por meio de financiamento ao setor produtivo para melhorar a competitividade e atrair empreendimentos para a região”, disse.

A próxima discussão foi sobre “Instituições financeiras de fomento”, com a palestrante Bruna Araújo, gerente de sustentabilidade e economia da Associação Brasileira de Desenvolvimento Econômico (ABDE). “Quase metade da carteira de crédito do Brasil é operada pelo sistema nacional de fomento. Quando se pensa em apoio ao setor público são 97% e 74% de crédito rural. São setores importantes para a economia brasileira”, disse.

Em seguida, explanou o palestrante Arthur Koblitz, do BNDES. “A concorrência é vital e vista como mecanismo dinâmico. Quem não inova, não concorre”, disse.

O último debate desse painel foi sobre “Microcrédito e microfinanças”, com a presidente do Corecon-CE, Silvana Parente. “Existe uma falha de mercado desde 1970. A taxa de juros não equilibra. Existe a contração financeira. É preciso o papel do Estado como regulador para os mecanismos de microfinanças. A percepção dos bancos é que as pessoas de baixa renda são riscos de inadimplência, mas na prática não é assim que funciona”, destacou.

Ao final das publicações, o Corecon-CE enviará os documentos para o Simpósio Nacional dos Conselho de Economia (SINCE), onde o papel do sistema Cofecon e Corecons serão discutidos na superação de crise e retomada do desenvolvimento.