Com a moderação da Presidente do Corecon-CE, Silvana Parente, o 8º painel do XXXI ENE – Encontro de Entidades de Economistas do Nordeste, evento ocorrido em agosto, com patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil, tratou sobre “Desenvolvimento com inclusão e emprego”.

Para explanar sobre “Desenvolvimento territorial e inclusão produtiva”, o painel teve como palestrante o professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor. As palestras estão sendo publicadas no canal do Corecon-CE no YouTube da entidade.”Não somos uma economia pobre se comparado a outros países em desenvolvimento. O PIB do País de R$ 8,7 trilhões com uma população de 215 milhões de pessoas se dividir para a população dá para reduzir a desigualdade e prover uma vida digna. Somos um país desigual. O nosso desafio é estrutural. O problema central é a centralização dos recursos.Não é uma questão econômica e sim política. Não há democracia política, sem democracia econômica”, disse.

O tema seguinte debatido foi “Trabalho e Emprego”, e teve como palestrante o técnico do Dieese e sociólogo Clemente Ganz Lúcio. “Temos que ter uma visão de transformação estrutural se quisermos olhar o mundo do trabalho de maneira virtuosa e imaginarmos que a sociedade por meio do trabalho pode estruturar qualidade de vida e que isso é resultado de escolhas e estratégias de desenvolvimento humano que sejam capazes de induzir às pessoas ao trabalho do ponto de vista produtivo, o que significa termos de um lado sociedade do conhecimento coletivo para darmos conta que seremos propositivos e com capacidade econômica, tendo conhecimento materializado em tecnologia a serviço do trabalho e termos projetos que sejam transformadores”, destacou.

Ainda dentro do painel oitavo, foi debatido o tema “Economia solidária”, com o palestrante Adolfo Hofmann, Presidente do Fórum Brasileiro de Ecosol. Inicialmente, ele falou sobre a cooperativa de segundo grau, composta por 200 catadores de materiais recicláveis trabalhando em rede. “Se continuar nessa direção, quem não estiver integrado em alguma plataforma, terá dificuldade em conseguir trabalho. Outro problema que estamos percebendo é o crescimento das grandes corporações que estão dominando o mundo”, destacou.

O último tema do painel foi “Pequenos Negócios e Apls”, com o palestrante Alci Porto Gurgel, diretor técnico do Sebrae Ceará. “Cada vez mais tenho a certeza que as pequenas empresas dependem do desenvolvimento em que se encontram. Não são desatreladas ao seu território. As empresas não conseguem sobreviver em um ambiente hostil, sem respaldo do poder público”, disse. O SEBRAE tem um estudo de mapeamento de arranjos produtivos locais em todos os estados da Região, o que se constitui um grande potencial de crescimento das micro e pequenas empresas.Nos anos mais recentes, o SEBRAE mudou sua forma de atuar, saindo da consultoria e capacitação individual, para atuar no ambiente de negócios e no encadeamento produtivo desses arranjos produtivos locais. O desenvolvimento é local, é no território que as empresas se relacionam e geram seus negócios. Essa estratégia compreende a formação de lideranças (Programa Lider) focada no ambiente de negócios, durante 7 meses.

Ao final das publicações, o Corecon-CE enviará os documentos para o Simpósio Nacional dos Conselho de Economia(SINCE), onde o papel do sistema Cofecon e Corecon’s serão discutidos na superação de crise e retomada do desenvolvimento.