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“Precisamos de projeto para o Brasil que nos posicione melhor no cenário global”, iniciou a sua explanação a doutora em economia e ex-presidente do Corecon-PE, Tânia Bacelar, durante o painel “Rumos das instituicionalidades com foco no desenvolvimento regional”. A explanação ocorreu durante o XXXI ENE – Encontro de Entidades de Economistas do Nordeste, ocorrido em agosto, com patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil. As palestras estão sendo publicadas no canal do Corecon-CE no YouTube da entidade.

“Vivemos um momento desafiador, pois há mudanças relevantes, como a geopolítica, crise ambiental, social e a era do conhecimento. Um mundo em ebulição. O Brasil vive momento de grande dificuldade e vemos perdendo espaço no contexto mundial. O grande desafio é a necessidade de termos projeto que nos reposicione na escala mundial. Precisamos de projeto com melhor posicionamento. Pela leitura regional, temos oportunidade de valorizar um dos ativos mais importante que temos que é a diversidade ambiental, econômica que temos no país”, disse a especialista.

Ainda segundo a economista, é preciso estimular a reflexão de que a estrutura do governo é setorial e é muito difícil de mudar em razão da estrutura política e econômica. Mas é preciso repensar em ter organização matricial, pois o regional não é setorial e sim uma dimensão. “Não tenho receita e sim inquietações, mas o que herdamos não é bom. O desafio é debates como esse e trazer pessoas que façam essa reflexão”, destacou.

Em seguida, o subsecretário do Consórcio Nordeste, Sérgio Caetano, também falou sobre o tema. “É preciso deixar claro que no meio da crise mundial temos que dar testemunho do nordestino. Essa diversidade e experiência de lidar com ela trouxe para o Nordeste algo cosmopolita, um povo que mais rápido absolve o que está ocorrendo em transformação. É uma característica nossa. Não há forma de lidar com um país continental se não valorizar o regional”, disse.

Ainda segundo ele, em 2019 havia estados do Nordeste em calamidade social e em crise severa. “Não se combate a pobreza se não preservar o meio ambiente, e não se preserva o meio ambiente se não combater a pobreza. Não existe essa dissociação. Com essa visão, governos perceberam que tinham que dialogar”, explicou.

Ao final das publicações, o Corecon-CE enviará os documentos para o Simpósio Nacional dos Conselho de Economia, onde o papel do sistema Confecon e Conrecons serão discutidos na superação de crise e retomada do desenvolvimento.